terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mi alma gitana

Toda essa dor infinda.
Toda essa inconstância.
Todo esse caos interior.
Todas essas palavras desconexas.

É a minha alma cigana gritando por liberdade.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A Ironia do meu destino...

A paixão é um menino travesso, correndo com sua flecha livre entre um campos verdes de luz, guiado pela Loucura, imerso na inquietude de sua natureza.
O Amor é uma linda mulher, forte e corajosa, serena e benévola, mergulhada em sua calmaria encontra a paz.
A Solidão é velha senhora viajante, repleta de sabedoria, liberta da calmaria e da loucura e que só ,entre o Céu e o Inferno, encontra a sua verdadeira essência.





A ironia é que, desde sempre, eu me sinto uma velha...

O Amor é Cego...

" Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura..."
Friedrich Nietzsche


E PORQUE O AMOR É CEGO...

Há muitos e muitos anos, tantos quantos nem se pode contar, narra a lenda, a paz reinava no Olimpo dos deuses e a felicidade na Terra dos homens...
A fortuna imperava nos países, a paz entre as nações, a harmonia entre os lares, e o amor entre os afortunados casais...
Até que um dia uma mulher da Terra traiu o marido com um deus do Olimpo. E dessa união adúltera nasceu uma filha muito louca, tão louca que lhe deram o nome de “Loucura”...
Os deuses do Olimpo ficaram preocupados e fecharam as portas do celestial monte - residência divina - para que jamais a menina Loucura violasse os portões sagrados...
Entretanto...

Certa vez, brincando nos jardins do Olimpo, o menino Cupido, Deus do Amor e filho da Deusa Vênus, quando brincava nas majestosas aléias, encontrou “Loucura” que conseguira burlar a vigilância e penetrar os divinais jardins dos deuses...
Logo ficaram amigos. Brincavam juntos, corriam pelos corredores e aléias ajardinadas em incansáveis brincadeiras, mesmo a contragosto da mãe, Vênus.
Vez por outra discutiam. Brincavam e brigavam, como todas as crianças.
Vênus proibira terminantemente que o filho se encontrasse com a pérfida “Loucura”, afirmando que ela seria a causa de todos os infortúnios no Olimpo dos Deuses e na Terra dos humanos...
Mas criança é criança e Cupido jamais obedeceu à divina mãe.
Encontrava-se de vez em quando com a nova amiguinha para os folguedos infantis, alegres e inocentes de todas as crianças, sejam filhos de deuses ou de humanos...
E Cupido e “Loucura” brincavam e brigavam, brigavam e tornavam de bem, como fazem as crianças normais...
Numa dessas discussões Loucura empurrou Cupido que bateu com a cabeça em uma rocha e ficou desmaiado...
Chamada ao local, a mãe Vênus, vendo o filho ensangüentado, desmaiado sobre a rocha, segurou-o nos braços e, enlouquecida pela dor, procurou Asclépio - o Deus da Medicina...
Após os exames de praxe, Asclépio, sentenciou:
- Cupido não morrerá porque é um deus, e como tal imortal... Mas o ferimento é grave, provocou uma concussão no cérebro...
Olhou com piedade a Deusa Mãe e concluiu:
- Cupido ficará cego para sempre. Jamais verá a luz do Sol!
Desesperada e cheia de ódio, Vênus clama por vingança. E exige um Conselho dos Deuses para julgar “Loucura”...
No Julgamento, cada Deus pronuncia a sua sentença.
O Deus Mercúrio - Deus do Comércio - propôs um pagamento em ouro, como compensação pela gravidade do crime...
Marte - o Deus da Guerra - sentenciou a Lei do Talião: “Loucura” provocou a cegueira de Cupido. Que furem os olhos da criminosa para que fique cega também...
Em seguida, falou a Lua:
- “Como mãe, jamais permitirei a terrível pena do Talião: proponho que “Loucura” seja encerrada em uma masmorra escura e que, como Cupido, jamais veja a Luz do Sol”...
Assim cada deus afirmou a sua sentença.
Finalmente falou Saturno - Chronos - o Deus do Tempo, regente da Lei e do Carma:
- “Nada do que foi proposto restituirá a visão a Cupido. Como ele não pode caminhar sozinho porque está cego, sentencio que Loucura seja condenada a guiar pelo braço o menino Cupido, por todos os lugares, e por toda a eternidade”...
E esta foi a sentença confirmada pela unanimidade dos deuses.

Por Assuramaya

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cansada...

Queria matar essa falta de não sei o que. O indefinível vazio que persegue minha essência e me envenena aos poucos.
Ontem fiz meu mapa astral, ou melhor, tentei e percebi que esse veneno corre em minhas veias e faz parte de mim. Cansei de ser eu mesma, queria inventar um outro alguém. E invento, fácil. Uma nova mulher, um novo amor, uma nova vida que só existe no mundo abstrato. Ela é parte de mim e não é, ao mesmo tempo. É o oposto que anseio e renego. Se sou a santa meditativa, ela é a pomba gira desbocada. Se sou a água da vida, ela é fogo que aniquila.
Cansei de procurar palavras, cansei das expectativas. Estou feliz e ao mesmo tempo deprimida. E essa dualidade me confunde e cansa. Cansei de ter saudade do que nunca foi.
Ser o que somos condicionadas a ser, confunde e cansa. Somos ou temos que ser mulheres bonitas, esposinhas, mães, namoradas, amigas e quem não é fica desesperadamente procurando ser. Procurando o homem ideal, a casa de cerquinha branca, as crianças e o cachorrinho correndo pelo quintal contrariando totalmente nossa realidade urbana, imunda e poluída de violência onde um final feliz com o príncipe ou sapo, não combina nada com a baldiação as 18hrs na Sé e nem a paisagem da Av. Paulista.
Ser santa é ser tonta, ser livre é ser puta. Ser apegada demais é ser tonta, ser desapegada demais é ser puta. A tão superficial definição que nos faz não saber o que queremos e vivermos em torno do alguém que nunca vai preencher o vazio.
Sabe de uma coisa, não adianta escrever para alguém que existe ou que não existe, sobre toda essa imensidão de ser mulher. Não adianta, porque só entende quem é mulher ou quem não pode ser seu. Ele pode ser bonito, preencher todos os requisitos, mas não vai ser seu...porque não existe tal manifestação da perfeição. Ou melhor, ela existe, no ápice da paixão. Sabe quando ele te olha e você fica sem fôlego, a perna bamba, as mãos suam seu coração dispara e você quer que ele te rasgue inteira? Pura química da paixão com prazo de validade.
Talvez eu esteja sendo fria, mas a gente precisa ser se procura o amor. Um dia a euforia acaba e o que resta são os laços mais puros e sinceros que possam existir. O desejo de compartilhar, de caminhar lado a lado, sem a loucura de possuir o que já é seu desde o primeiro olhar e claro, todo começo tem sua euforia e loucura que se acalma mas ainda te faz ser louca por ele, tão louca que essa falta, esse vazio, esse desejo de ficar sem fôlego e com borboletas no estômago se tornam uma gostosa lembrança de uma fase louca e feliz. Mas cansa....Cansa ser mulher, ter tpm, chorar com romances de finais felizes possíveis e impossíveis. Cansa querer ser Julieta, cansa porque eles querem as menininhas pra casar e também querem a loira gostosa que todo mundo conhece o gosto, cansa ser santa e ter que negar seu lado puta, cansa querer amor e querer paixão. Cansa, essa falta não sei do que...
Cansa...e eu continuo te amando.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Paixão x Amor

Não foi uma paixão arrebatadora como eu imaginei que seria. Na época eu estava com a cabeça em tantos outros lugares, que mal me permitia ser de um só que fosse sério ou exclusivo. Era ego inflado, pura vontade de aparecer.

Confesso que me senti sufocada, cercada e com vontade de gritar com todas suas entradas. Mesmo assim eu dei uma chance para que a coisa acontecesse, por quê? Porque seria fácil estar com alguém que me amava, porque seria cômodo? Porque me senti forçada? Não! Ou pode ser... ou porque assim eu teria outra história para contar, sei lá! Eu sou confusa, sou inconstante...Mas por essas e outras ficamos cara a cara, e aconteceu. Não perdi o fôlego, mas senti o frio na barriga. Eu precisava sentir falta, precisava de mais, e aos poucos foi acontecendo. Hoje eu digo que te amo, mas e a paixão arrebatadora? Já tive tantas! Sabe quantas duraram? Sabe quais delas foram o suficiente para manter um relacionamento? NENHUMA. Elas são cheias de fantasias, vontades, excitações, mas com prazo de validade, e quando se acalmam os ânimos, sobra a convivência, a realidade, o sapo ao invés do príncipe, as contas, os defeitos, as frustrações, e todo um pacote, que não nos importávamos antes e que não sabemos o que fazer com ele depois.

Você estava encantado, mas ao invés de afagos, te dei muito susto com as minhas crises, dia a dia, e verdades nada confortáveis, te pedi um tempo para todo doce que estava disposto a me oferecer, porque precisava te ver como realmente era, e então me presenteou com toda sua essência.

Com você tenho aprendido que muito mais precisa acontecer e existir para se viver bem e em paz com o outro. Que se pode amar sem sair do chão e ficar cega e que por menos poético que isso pareça, o que existe entre nós é formidavelmente pleno, acaricia o coração e a alma.

Eu te amo, você é tudo que eu pedia, mas só me dei conta tempos depois. Me desculpa meu jeito meio estúpido de ser, minha impulsividade, que na verdade só quer dizer que não sei lidar ainda com isso porque tenho medo de estragar tudo.

Tenho tanto para falar de nós, mas deixe estar, vou com calma, como tenho seguido desde o começo. Sem pressa, mas segura, escrevendo páginas completamente inéditas da minha vida.

By Mari

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Desejos...

Quero esquecer a noite vazia que trouxe lágrimas de desespero.
Quero esquecer o silêncio do dia em que percebi que não havia saída.
Quero entender a imensidade que existe no amor.
Quero aprender com a infinidade de erros que cometi.
Quero esquecer o passado, também, esquecer o futuro.
Quero um olhar verdadeiro.
Quero viver o riso sincero e inocente de criança.
Quero cantar desvairadamente com a minha melhor amiga.
Quero correr sob o céu estrelado sem destino e a lua servindo de guia.
Quero encarar a dor e o medo como guerreira, ás vezes, donzela.
Quero ser capaz e digna de perdão, gratidão e até solidão.
Quero o ronronar do gato e a fidelidade do cão.
Quero colo de mãe, carinho de pai, amizade de irmão.
Quero falhar e ser capaz de me conceder perdão.
Quero manter a fé e a esperança.
Quero me perder na estrada da vida e que seja, em busca de um sonho.

Pra Sempre, Clarice....

Ela é eterna.....


"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."

Clarice Lispector