Esta acabando mais um dia. Até tentei me concentrar no trabalho hoje, mas ainda assim perdi o foco várias vezes. Uma tal “ausência de não sei o que” voltou a cutucar. A boca fica seca, parece que você não come há dias, não dorme há dias. É como se tivesse acabado de apertar o botão ‘start’ e você nem sabe como chegou ali, naquela cadeira, diante daquele computador, naquele escritório, junto com aquelas pessoas. e você tem muito a explorar à sua volta, então arrisca um assunto com o colega, você quer interagir, e ver mais. Mas então percebe que este universo inexplorado só existe para você. Os outros estão no piloto automático, vivendo a vida previsível, mas “feliz” que eles desejaram, e se não for como desejaram, fazer o que? É a vida, Deus quis assim!
Tudo isso é uma violência contra a minha existência! E a tal da “ausência de não sei o que” só aumenta diante de tanta banalidade!
Bom, de qualquer forma cheguei
Sou assim com a comida, com amigos, com trabalho, com romances então, nem se fala.
Não precisa ser bonito e não precisa ter dinheiro, tendo todos os dentes da boca, sendo higiênico e sabendo falar, principalmente palavras que agucem minha mente fértil, já tem grandes chances de virar tema da minha próxima narrativa. Não importa se estarei com você por uma noite, ou para o resto da vida, me faça imaginar e não se arrependerá. Se não serve para alimentar minha imaginação, não serve para mim.
Eu sou daquelas que tem trilha sonora para tudo. Que escuta uma música e lembra de um momento, lembra de alguém, ou se imagina amanhã fazendo algo com alguém que nem conhece, num lugar que nem sabe se existe, num por do sol de uma segunda-feira enquanto mata o trabalho, e nem se preocupa, porque ao som daquela música a vida ganha um sabor de despreocupação. Quando enjôo de algo escolho uma música saudosista, quando a imaginação está a mil, e a empolgação comanda vem aquela música feliz com uma batida rebolativa no refrão, e você escuta bem alto com seu fone de ouvido na fila do banco quase tirando o velhinho da fila preferencial para dançar...
Eu vivo cada dia como se fosse um episódio daqueles seriados americanos, com câmeras me filmando, e microfones capazes de capturar meus pensamentos. Me preocupo com o que possam ouvir, e dou risada sozinha, num super close para câmera depois de pensar em algo bem sacana. Até que fica tudo mais divertido assim, estou sempre atrás de um close, ou de coisas que estão além do meu campo de visão ou ao alcance do meu tato, porque acredito que são essas coisas que vão preencher a “ausência de não sei o que” que me consome. Eu corro atrás da felicidade possível, mas a improvável é muito melhor, e é lá que ainda vou chegar.
Enquanto não chego, o final de cada dia como hoje, fica marcado por imagens de amigos que reencontrei enquanto estava no correio, de uma discussão com a minha mãe, de uma meta comprida na empresa, ou da espera de um telefonema enquanto os pés começam a escorregar da parede, que acho que já esta bem firme, não vai desabar, o letreiro começa a subir, no roda pé o anúncio dos patrocinadores, e de fundo não podia faltar a bendita trilha sonora...
OCEANSIZE – Music for a Nurse
And a piece of the pictures bitten right out of the middle
I'm alone and thinner I feel
Is this a prayer?
Anaesthetise me just just til you return
I feel the loss like a squandered opportunity to whisper
You're all we ever needed
Oh shapes fall into place
For once in a life you make
A clean breakaway
And did you know
that everything you touch is blessed and all the richer
for your love, a better being
and if i display
Just a fraction of the soul you showed in this world
Then i know ill see you again
oh love so much to give
and too few to share it with
wastes you away
the dream it comes again and again
you're here
it's you
I pull you close and
hold you tight
into the sky you go
you go
and I can't change it
I can't change it
By Mari
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