sábado, 21 de novembro de 2009

Uma prece para o Mar e Vento

Como centelha de luz o amor surgiu entre sombras resgatando sentidos enterrados no pesadelo funesto do passado, cicatrizando feridas e despertando um coração adormecido em dor. Despertei, cantando em alegria, voei nas asas leves da paixão em direção a águas cristalinas.

Seu mar arrebatou-me de uma ilha solitária. Intrépido, ousado, meu coração insistiu encantado pela imensidão que teu mar representara. Navegou lascivo nas ondas do desejo e prazer, conheceu e reencontrou sentimentos e sensações divinos. Aventurou-se e mergulha cada vez mais fundo...

Tu és um mar infinito, água viva elevando-se sob as fases da lua. Maré que dança a harmonia dissonante da vida. Ondas que dissipam aos pés de terra firme e inexistem diante da realidade e do tempo.

Eu sou filha do vento, mutável, porém incisivo. Viajante do tempo, carrego palavras ocultas, grãos de areia, silêncio. Enlouqueço suas águas, carrego-as suavemente em direção a um templo erguido no invisível, onde os deuses testemunham a força do nosso amor e nossa fragilidade perante às rocas do Destino.

Sopro em direção as teias tecidas pelas deusas do destino sussurrando seu nome.Minha alma e essência, com a benção de Zéfiro, buscam alcançar as estrelas e nelas escrever nossos nomes.

Voarei, carregando em minhas asas uma prece para as dispersoras do Destino. Que precioso sejam nossos caminhos. Que eu possa viver, submersa em seu mar. Em despedida dançarei entre as árvores, beijarei pétalas de rosas junto ao orvalho da manhã, entrarei em harmonia e comunhão com os pássaros e borboletas que viajam através de meu sopro. E quando finalmente chegar o dia, que eu sopre em direção a suas águas e encontre submersa em sua imensidão pérolas raras, nomeadas ‘vida’ e ‘eternidade’, envoltas na mais bela concha chamada Amor.

By Lilian

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